A escuta do sofrimento de sujeitos marginalizados através do plantão psicológico: relato de experiência
DOI:
https://doi.org/10.5216/rir.v15i1.53968Resumen
Este artigo busca relatar a experiência de um projeto de extensão que se insere na preocupação com a questão da desigualdade social brasileira. Atendimentos psicológicos do tipo Plantão Psicológico são oferecidos para sujeitos marginalizados. Este projeto de extensão possui um questionamento sobre as estratégias clínicas necessárias para guiar o psicólogo no contato com tipos de sofrimento frutos de desigualdades e exclusão social. O relato se divide em três grandes temas: (1) Os tipos de procura pelo plantão, (2) Os fatores facilitadores dos atendimentos e (3) Dificuldades e bloqueios enfrentados durante as escutas clínicas. Constatou-se a complexidade do fazer clínico que convoca o terapeuta a estar presente com seu corpo e seus afetos no encontro com o imprevisível que a alteridade traz.Na prática clínica com sujeitos marginalizados é fundamental a instauração de um campo afetivo em que eles se sintam percebidos com pessoas dignas e que recebam reconhecimento por suas habilidades, por suas histórias e pelas suas potências. Talvez outros conceitos sobre clínica psicológica possam ser construídos para a elaboração de novos fatores terapêuticos diferentes dos fatores herdados da psicoterapia processual, exercida com segmentos sociais que estão menos expostos à situações de humilhação e discriminação.
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