CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA NA SALA DE AULA: passando por bruxa negra e de preto fudido a pretinho no poder. [doi] 10.5216/rir.v11i2.38792
DOI:
https://doi.org/10.5216/rir.v11i2.38792Palavras-chave:
Relações étnico-raciais. Identidade negra. Sala de aula.Resumo
RESUMO
Este artigo coloca em debate as questões referentes à educação das relações étnico-raciais e à formação da identidade negra no cotidiano da sala de aula. Busca-se compreender como os (as) alunos (as) negros (as) percebem e vivenciam essas relações de identidade e alteridade e de que maneira é construída (ou não) a identidade negra neste espaço. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada em uma escola pública do município de Ituiutaba - MG, numa sala de quinto ano do Ensino Fundamental. Objetivou-se responder a questão: como as crianças negras constroem sua identidade racial na sala de aula? Procurou-se também compreender como os sujeitos da pesquisa se apropriam de conhecimentos sobre e vivenciam as relações étnico-raciais em seu cotidiano. A fim de responder a essas questões, foi utilizada como metodologia a observação participante, acompanhada do diário de campo. As análises basearam-se no referencial teórico selecionado, no qual consta, dentre outras fontes, a Teoria das Representações Sociais (TRS). A análise mostrou que a construção da identidade negra positiva no contexto escolar é um processo difícil e contraditório. Entendeu-se que as relações étnico-raciais nesse espaço podem trazer sérias consequências à autoestima dos alunos ao longo de suas vidas. Constatou-se que os estudantes negros convivem diariamente com xingamentos e depreciações em relação à sua pertença identitária. Raros são os momentos em que há exaltação da negritude. Necessita-se que a escola exerça o seu papel formador na perspectiva de planejar, de forma sistêmica, atividades que combatam o racismo em seu interior.
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