COTAS ÉTNICO-RACIAIS COMO POLÍTICA DE REPARO

Autores

  • Samylla Tassia Ferreira de Freitas Instituto Federal Goiano
  • Sandra Mara Santos Lemos de Oliveira Instituto Federal Goiano
  • Beatriz Cruvinel Instituto Federal Goiano
  • Odineia Corrêa Instituto Federal Goiano
  • Eva Luzia das Neves Secretaria de Educação do Estado de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.5216/rir.v13i1.45023

Palavras-chave:

Acesso à universidade. Desigualdade social. Escravidão.

Resumo

O presente artigo trata da análise dos resultados de uma pesquisa qualitativa/quantitativa desenvolvida junto aos arquivos da Coordenação de Registros Escolares. Dados quanto à cor/etnia de alunos que ingressaram antes e depois da lei 12.711/2012 começar a ser aplicada na instituição foram coletados a fim de observar o aumento ou diminuição de alunos negros e pardos no curso de agronomia do Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde. Esse levantamento foi realizado com finalidade estatística, como também suscitar a discussão sobre a exclusão racial e a indiferença de parte do universo acadêmico a esse respeito. Para tanto, utilizamos os teóricos Carvalho, Nascimento, Durham, Faria, Gonçalves, Hino, Santos e Kaczmarek no debate sobre cotas; Munanga, Neves, Silva e Barbosa com os conceitos de raça, etnia, cor e participação política; Boris e Prado Júnior para a formação do povo brasileiro. A população negra tem crescido significativamente, entretanto, continuam sendo minoria nos cursos de graduação. Cotas são instrumentos de justiça social para o ingresso no ensino superior e visam diminuir a insondável dívida da sociedade para com os negros. A criação de leis e decretos passou a garantir o ingresso do negro, assim como do pardo e do indígena nas instituições públicas de ensino superior, obedecendo outros critérios, como a procedência de escola pública e renda familiar per capita de no máximo 1,5 salários mínimos, sendo reservada a esse público 50% das vagas nas instituições federais de ensino. A política de reparo tem mostrado eficácia ao possibilitar o maior acesso de negros à graduação, oportunizando a ascensão social e reduzindo a elitização e o branqueamento visto historicamente no ensino superior. Embora medidas sociais tenham sido tomadas, ainda há muito que avançar e que democratizar quanto ao acesso e permanência, tornando a educação possível a todos, sem distinção. Palavras-chave: Acesso à universidade. Desigualdade social. Escravidão.

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Biografia do Autor

Samylla Tassia Ferreira de Freitas, Instituto Federal Goiano

Licenciada em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal Goiano, campus Rio Verde; mestranda em biodiversidade e conservação pela mesma instituição.  Professora de Biologia e Química pela secretaria de educação do estado de Goiás.

Sandra Mara Santos Lemos de Oliveira, Instituto Federal Goiano

Docente no Instituto Federal Goiano, campus Rio Verde; mestre em Educação para ciências e matemática pelo Instituto Federal de Goiás; doutoranda em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Beatriz Cruvinel, Instituto Federal Goiano

Graduanda em química pelo Instituto Federal Goiano, campus Rio Verde.

Odineia Corrêa, Instituto Federal Goiano

Licenciada em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal Goiano, campus Rio Verde.

Eva Luzia das Neves, Secretaria de Educação do Estado de Goiás

Docente da educação básica pela Secretaria de educação do estado de Goiás. Licenciada em Hstória pela Universidade Estadual de Goiás; especialização em Formação Sócio Econômica do Brasil pela Universidade Salgado de Oliveira; especialização em História Social e Urbana.

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Publicado

2017-04-03

Como Citar

FREITAS, Samylla Tassia Ferreira de; OLIVEIRA, Sandra Mara Santos Lemos de; CRUVINEL, Beatriz; CORRÊA, Odineia; NEVES, Eva Luzia das. COTAS ÉTNICO-RACIAIS COMO POLÍTICA DE REPARO. Itinerarius Reflectionis, Jataí-GO., v. 13, n. 1, p. 1–14, 2017. DOI: 10.5216/rir.v13i1.45023. Disponível em: https://revistasufj.emnuvens.com.br/rir/article/view/45023. Acesso em: 9 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Livres