MORFOPEDOLOGIA, COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA EM UMA VEREDA NO SUDOESTE DE GOIÁS
DOI:
https://doi.org/10.5216/revgeoamb.v0i31.51776Resumo
Resumo: veredas são fisionomias singulares no Cerrado brasileiro, constituídas por plantas associadas a solos hidromórficos em vales rasos onde é notória a ocorrência de buritizais. O objetivo desse estudo foi contribuir com o conhecimento morfopedológico, florístico e fitossociológico em uma vereda no sudoeste goiano. Foi feito o mapeamento da hipsometria e da declividade, utilizando imagens SRTM. Foram analisados os parâmetros físico-químicos dos solos em amostras da camada superficial e subsuperficial em três zonas da vereda. No levantamento da vegetação foram alocadas 18 parcelas de 50m2 cada, divididas em dois grupos: zona com presença do buriti (encharcada) e zona sem presença do buriti. Observou-se que a geomorfologia local contribuiu para o surgimento e desenvolvimento da vereda, que possui solo de elevada acidez e altos teores de areia. Miconia foi o gênero mais rico em espécies e muito abundante em relação ao componente arbustivo. Por outro lado, espécies arbóreas, como Tapirira guianensis e Cecropia pachystachya na zona encharcada, ocorrendo simultaneamente com Mauritia flexuosa, indicaram tendência evolutiva da vereda estudada. Esse estudo mostrou que avaliações conjuntas de elementos bióticos e abióticos ajudaram a caracterizar a vereda, reforçando a importância de estudos que integrem vários aspectos da paisagem para melhor conhecer os ecossistemas úmidos.
Palavras-chave: Cerrado. Relevo e atributos edáficos. Vegetação de áreas úmidas.
Downloads
Referências
AB’SÁBER, A. N.; COSTA JÚNIOR, M. Contribuição ao estudo do Sudoeste Goiano. Boletim de Geografia, Rio de Janeiro, v. 9, n. 98, p. 123-138, maio 1951.
AB’SÁBER, A. N. Regiões de circundesnudação pós-cretáceas no planalto brasileiro. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, v. 1, p. 3-21, mar. 1949.
AGUIAR, L. M. S.; CAMARGO, A. J. A. Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 249 p.
ALVAREZ, V. H. et al. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5. Aproximação. Viçosa, MG: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999.
ARAÚJO, G. M. et al. Composição florística de veredas no município de Uberlândia, MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 25, n.4, p. 475-493, dec. 2002. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042002012000012>. Acesso em: 22 nov. 2016.
ÁVILA, M. A. et al. Structure of natural regeneration in relation to soil properties and disturbance in two swamp forests. Cerne, Lavras, v. 22, n. 1, p. 1- 10, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/010477602016220120>. Acesso em: 20 fev. 2017.
BAHIA, T. de O. et al. Florística e fitossociologia de veredas em diferentes estágios de conservação na APA do Rio Pandeiros, norte de Minas Gerais. MG. BIOTA, Belo Horizonte, v. 2, n. 3, p. 14-21, ago./set. 2009. Disponível em: <http://www.ief.mg.gov.br/images/stories/mg_biota/2014/mg.biota%20v.2%20n.3.pdf.>. . Acesso em: 20 fev. 2016.
BISPO, F. H. A. Gênese e classificação de solos em topossequência de veredas das chapadas do Alto Vale do Jequitinhonha - MG. (Mestrado em Ciências Agrárias) - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina: UFVJM, 2010.
BOAVENTURA, R. S. Contribuição aos estudos sobre a evolução das veredas. In: ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, 3, 1978, Fortaleza. Comunicações... Fortaleza: [s. n.], 1978. p. 13-17.
______. Preservação das veredas: síntese. In: ENCONTRO LATINO
AMERICANO RELAÇÃO SER HUMANO-AMBIENTE, 2, 1988, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: FUMEC, 1988. p. 109-118
BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL: Folha SE.22 Goiânia. Rio de Janeiro: DNPM, 1983. (Levantamento de Recursos Naturais; 31).
BREEMEN, N. V.; BUURMAN, P. Soil Formation. 2. ed. Dordrecht: K. A., 2002.
BROWER, J. F.; ZAR, J. H. Field & laboratory methods for general ecology. Dubuque, Iowa: WM. C. Brown Company Publishers, 1984.
CARVALHO, P. G. S. As veredas e sua importância no Domínio dos Cerrados. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 15, n. 168, p. 47-54, 1991.
CASSETI, V. Geomorfologia. [S. l.], 2005. Disponível em: <http://www.funape.org.br/geomorfologia/>. Acesso em: 14 mar. 2017
CASTRO, J. P. C. As veredas e sua proteção jurídica. Análise e Conjuntura, Belo Horizonte, v. 10, n. 5-6, p. 321-333, mai./jun. 1980.
DE-CAMPOS, A. B. et al. Spatial distribution of tropical wetlands in Central Brazil as influenced by geological and geomorphological settings. Journal of South American Earth Sciences, [S. l.], v. 46, p.161-169, out. 2013. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S089598111100160X>. Acesso em: 28 set. 2017
EITEN, G. The Cerrado vegetation of Brazil. The Botanical Review, New York, v. 38, n. 2, p. 201-341, abr. 1972. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007%2FBF02859158?LI=>. Acesso em: 05 nov. 2016
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Súmula da 10ª Reunião Técnica de Levantamento de Solos. Rio de Janeiro:EMBRAPA/SNLCS,1979. (Embrapa-SNLCS. Micelânea, 1).
______. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3. ed. ver. Brasília: EMBRAPA, 2013.
FAGUNDES, N. C. A.; FERREIRA, E. J. Veredas (Mauritia Flexuosa palm swamps) in the southeast Brazilian savanna: Floristic and structural peculiarities and conservation status. Neotropical Biology and Conservation, São Leopoldo, v. 11, n. 3, p. 178-183, set./dez. 2016. Disponível em: <http://revistas.unisinos.br/index.php/neotropical/article/view/nbc.2016.113.07>. Acesso em: 27 set. 2017.
FERREIRA, I. M. Aspectos paisagísticos do Cerrado: degradação das paisagens de vereda. In: Encuentro de Geógrafos de América Latiana, 2009, 12, Montivideo. Anais do XII Encuentro de Geógrafos de América Latiana: Caminando em uma América Latina en transformación. Montivideo: Site do evento, 2009. v. Único. p. 1-15.
______. Modelos geomorfológicos das veredas no ambiente de Cerrado. Espaço em Revista, Catalão, v. 7/8, n. 1, p. 7-16, jan/dez. 2005/2006.
FONSECA, V. S.; SILVA, I. M. Etnobotânica: base para conservação/I Workshop Brasileiro de Etnobotânica e Botânica Econômica. Nova Friburgo: EDUR, 1998. 131 p.
GOIÁS (Estado). Sistema Estadual de Geoinformação. Banco de dados. Disponível em: <http://www.sieg.go.gov.br/>. Acesso em: 10 nov. 2016.
GUERRA, A. J. T. et al. Um estudo do meio físico com fins de aplicação ao planejamento do uso agrícola da terra no Sudoeste de Goiás. Rio de Janeiro: IBGE, DRNEA, 1989. (Projeto Cerrado II; Convênio IBGE/Embrapa).
GUIMARÃES, A. J. M.; ARAÚJO, G. M.; CORRÊA, G. F. Estrutura fitossociológica em área natural e antropizada de uma Vereda em Uberlândia, MG. Acta Botânica Brasilica, Belo Horizonte, v. 16, n. 3, p. 317-329, jul./set. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abb/v16n3/15397.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2016.
LIMA, S. C.; QUEIROZ NETO, J. P. As veredas e a evolução do relevo. Sociedade e Natureza, Uberlândia, v. 15, p. 481-488, 1996.
MELO, D. R.; ESPINDOLA, C. R. As veredas nos planaltos de Buritizeiro/MG: estágio atual dos conhecimentos. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA, 6., Goiânia. Anais... Goiânia, 2006. 1 CD-ROM.
MELO, D. R. Evolução das veredas sob impactos ambientais nos geossistemas Planaltos de Buritizeiros/MG. 2008. 340 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
MENDONÇA, R. C. et al. Flora vascular do Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (eds.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, 1998. p. 287-556.
MILCHUNAS, D. G., SALA, O. E.; LAUENROTH, W. K. A generalized model of the effects of grazing by large herbivores on grassland comunity structure. The American Naturalist, Chicago, v. 132, n. 1, p. 87-106, jul. 1988. Disponível em: <http://www.journals.uchicago.edu/doi/abs/10.1086/284839>. Acesso em 28 set. 2017.
MOREIRA, S. N. Flora, distribuição e estrutura da vegetação das áreas úmidas de uma região savânica brasileira: implicações para a conservação da biodiversidade. 2015. 131 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
______; POTT, V. J.; POTT, A. Florística e fitossociologia de uma nascente de vereda no município de terrenos, Mato Grosso do Sul, Brasil. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 9., 2009, São Lourenço, MG. Anais... São Lourenço, MG, 2009.
OLIVEIRA, G. C. Perfil florístico e distribuição das espécies vegetais, em relação ao gradiente de umidade do solo, em seis veredas no Triângulo Mineiro. 2005. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.
PASSOS, I. M. et al. Caracterização fisico-quimica de amostras de solo em áreas de cerrado e de vereda, na região do rio Catulé em Bonito de Minas-MG. Unisanta BioScience, Santos, SP, v. 4, n. 1, p. 38-47, 2015.
PEREIRA, B. A. S. et al. Levantamento florístico da área de proteção ambiental (APA) da bacia do rio São Bartolomeu, Distrito Federal. In:
OLIVEIRA, R. J. M. (ed.). Congresso Brasileiro de Botânica, 36., 1985, Curitiba, Anais... Curitiba: UFPR, 1985. p. 419-492.
PINTO, J. R. R.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; HAY, J. D. V. Influence of soil and topography on the composition of a tree community in a central Brazilian valley forest. Edinburgh Journal of Botany, Edinburgh, v. 62, n.1/2, p. 69- 90, mar. 2005. Disponível em: <https://doi.org/10.1017/S0960428606000035>. Acesso em: 28 set. 2017.
RAMOS, M. V. V. Caracterização dos solos, da estrutura fitossociológica, e do estado nutricional da vegetação em veredas de diferentes superfícies geomorfológicas do triângulo mineiro. Tese (Doutorado em Ecologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
______. et al. Veredas do Triangulo Mineiro: Solos, agua e uso. Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 30, n. 2, p. 283-293, mar/abr. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v30n2/v30n2a14.pdf>. Acesso em: 28 set. 2017
______. Veredas do Triângulo Mineiro: solos, água e uso. 2000. 127 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.
REIS, A. T. C. C. Composição florística e estrutura da vegetação de veredas do Cerrado no oeste da Bahia, Brasil. 2008. 92 f. (Mestrado em Botânica) - Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2008.
RESENDE, I. L. de M. Veredas da região central do Cerrado: ambientes, estrutura e composição florística. 2010. 61 f. Tese (Doutorado e Ciências Ambientais) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.
RIBEIRO, J. F. WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In:
SANO, S. M; ALMEIDA, S. P. RIBEIRO, J. F. Cerrado: ambiente e flora. Brasília: Embrapa Cerrados, 2008. p 89-166.
SANTOS, R. D. dos et al. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 6. ed. rev. ampl. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2013a.
SANTOS, E. V. dos et al. Visão ambiental do subsistema vereda na microrregião de Catalão (GO). Espaço em Revista, Catalão, v. 15, n. 2, p. 141-162, jul./dez. 2013b. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/espaco/article/view/28071/15902>. Acesso em: 05 nov. 2016.
SILVA, M. P. et al. Levantamento fitossociológico em ambiente de vereda na APP ribeirões do Gama e Cabeça de Veado, Brasília-DF. Revista Eletrônica Geoaraguaia, Barra do Garças, v. 6, n. 1, p. 84-98, jan./jul. 2016. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2017
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2005.
TEIXEIRA, G. de P. Reconhecimento geológico de rio Verde ao Araguaya, Estado de Goiáz. Boletim do Serviço Geológico e Mineralógico, Rio de Janeiro, v. 59, p. 1-34, mar. 1932.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista Geoambiente On-line se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
Os artigos encaminhados para publição na revista Geoambiente On-line deverão ser originais e não publicados ou propostos para tal fim em outra revista. Aceitam-se artigos escritos em Português, Inglês, Espanhol e Frances.
As opiniões emitidas pelos autores nos artigos, assim como as traduções dos abstract, resumé ou resumen são de sua exclusiva responsabilidade.
